NOTICÍA

Nikolas Stihl confia no mercado português

01 Abr 2013

Entrevista a Nikolas Stihl, presidente da STIHL HOLDING AG & Co. KG

Aproveitando a Convenção Anual da Andreas Stihl, S.A. e a Expojardim 2013 que decorreram na Batalha no segundo fim-de-semana de Março, tivemos a oportunidade, juntamente com outros jornalistas, de questionar Nikolas Stihl sobre alguns assuntos de interesse para a empresa e o mercado de maquinaria de jardinagem em Portugal.

P: Quais os principais desafios que a Stihl enfrenta na actualidade?

R: A principal preocupação da Stihl neste momento é o desenvolvimento dos produtos certos para os mercados certos. O mercado Americano tem necessidades diferentes do mercado Indiano ou do mercado Europeu.... Temos de estar preparados para apresentar sempre as melhores soluções independentemente do ambiente económico, do desenvolvimento estrutural, das características particulares de cada mercado. Assim procuramos as melhores soluções para variados nichos de mercado, só assim conseguiremos ser e manter-nos líderes de mercado.

P: No desenvolvimento de novos produtos, a Stihl tem acentuado a aposta nas máquinas alimentadas por baterias de iões de lítio. As máquinas a bateria são o futuro?

R: Temos agora uma maior oferta de baterias que se podem aplicar a um grande número de máquinas Stihl e Viking e as vendas têm sido positivas. A experiência diz-nos que, apesar do preço mais elevado no ato da compra, este maior investimento é amplamente compensado após algum tempo de utilização. Os equipamentos a bateria Stihl e Viking não são “brinquedos” tornando-se claramente na melhor solução em situações de operação particulares, como em zonas sensíveis ao ruído, caso de ambientes hospitalares, escolares, parques citadinos, etc. Assim, esta linha de produtos alimentados a bateria vai certamente fazer parte do futuro, mas todos os outros tipos de accionamento continuarão a fazer sentido, dependendo da aplicação.

P: Os principais desafios das baterias são a falta de potência para algumas tarefas mais árduas e a sua autonomia…

R: Ficarão muito surpreendidos com a força operacional de algumas motosserras accionadas a bateria. Estas motosserras estão equipadas com correntes especiais que ajudam a diminuir as exigências a nível de potência. O vibrador de azeitonas, com a nova mochila de baterias AR 900 que disponibiliza uma autonomia para 8 horas de trabalho. Para mostrar a nossa aposta no segmento de baterias posso dizer-lhes que neste momento estamos a testar uma máquina para colheita de café no Brasil. O potencial desta máquina é extraordinário!

P: A Stihl tem apostado tradicionalmente na distribuição através de agentes especializados. Outras marcas têm apostado na distribuição através de grandes armazéns. Tendo em conta a forte implantação dos grandes armazéns em Portugal, não teme que a Stihl venha a perder quota de mercado?

R: Estamos empenhados em manter a nossa rede de distribuidores. Achamos que os distribuidores especializados garantem a melhor assistência e acompanhamento aos nossos produtos e tecnologias, é isso que as pessoas procuram realmente! Além disso, sabemos que ao trabalharmos com pequenos distribuidores estamos a dar uma maior contribuição para a economia nacional. Os lucros dos grandes grupos de centros de consumo são muitas vezes tributados fora de Portugal enquanto que ao apoiarmos as lojas locais garantimos uma melhor distribuição de toda a cadeia de valor. Pretendemos ajudar a criar riqueza em Portugal porque na verdade não temos qualquer interesse em trabalhar em países sem poder de compra. Estamos convencidos que esta é a melhor forma de o conseguir! Em 2005, nos EUA a nossa rede de distribuidores perdeu uma importante quota de mercado, procuramos uma empresa de consultoria que nos aconselhou a mudar para a grande distribuição. Decidimos continuar com a nossa rede fazendo, no entanto, um grande investimento nos nossos distribuidores a nível de imagem, oficinas, etc.; passados cinco anos não só tínhamos recuperado a quota de mercado como nos tínhamos tornado a marca mais vendida. É precisamente esta estratégia que estamos a aplicar em Portugal.

P: Como é que Portugal é visto comparativamente com outros mercados do sul da Europa?

R: Na minha opinião a crise financeira em Portugal já terá atingido o seu ponto de inflexão, assim acredito que os próximos anos serão melhores.