Otimizar o uso da água e da energia no regadio, reduzindo perdas, é o objetivo de uma nova ferramenta de diagnóstico e avaliação desenvolvida pelo Grupo Operacional AGIR.
Mais de 50 entidades gestoras de água e 200.000 hectares de regadio podem vir a beneficiar desta nova matriz de avaliação
Os parceiros do projeto AGIR estão a desenvolver um sistema de avaliação de desempenho da eficiência do uso da água e da energia nas redes de transporte e distribuição de água para agricultura, que ajudará as entidades gestoras dos perímetros de rega públicos a tomar decisões fundamentadas sobre investimentos de modernização e gestão das infraestruturas.
O projeto centra-se no estudo de casos-piloto de três aproveitamentos hidroagrícolas – Odivelas, Vigia (ambas no Alentejo) e Vale do Sorraia (no Ribatejo) –, a partir do qual está a ser desenvolvida uma matriz de avaliação universal.
Nos primeiros dois anos do AGIR, e na sequência do diagnóstico realizado, estas entidades aferiram perdas de água em canais e hidrantes; investiram em programas de telegestão para controlo da distribuição de água e na melhoria da automatização das estações elevatórias, entre outras medidas.
Os resultados preliminares do projeto apontam para a necessidade de reabilitar as infraestruturas, investir na manutenção dos equipamentos de medição e melhorar o controlo operacional da rede de distribuição de água.
Manual de Boas Práticas de Rega
Ao nível da parcela agrícola estão a ser identificados fatores críticos de intervenção e serão feitas recomendações para melhorar os sistemas de rega e o uso da água e da energia (dimensionamento ou reconversão de sistemas, alterações nas dotações e intervalos de rega). Do projeto resultará um Manual de Boas Práticas de Rega destinado aos agricultores.
«O AGIR é uma porta que se abre para uma mudança de paradigma na forma de avaliar o desempenho dos sistemas de rega em Portugal. Esta ferramenta pode vir a ser usada no apoio à definição de políticas públicas», explica Helena Alegre, responsável do LNEC-Laboratório Nacional de Engenharia Civil, um dos parceiros do AGIR.
Na opinião de Cláudia Brandão, chefe da Divisão de Infraestruturas Hidráulicas da Direção de Serviços do Regadio da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, entidade que tutela o regadio público em Portugal, «este sistema de avaliação será uma ferramenta importante para desenvolver uma agricultura sustentável, porque contribui para preservar os recursos - água e solo -, valorizando as boas práticas e os investimentos no regadio».
Para a FENAREG, entidade que coordena este Grupo Operacional, «o projeto AGIR vem demonstrar o empenho do setor agrícola em praticar um regadio eficiente e sustentável, dando o seu contributo para que Portugal atinja as metas de descarbonização propostas pelo Governo e pela União Europeia», afirma Carina Arranja, secretária-geral da FENAREG.
O projeto AGIR teve início em 2017, com duração de 3 anos, sendo financiado pelo PDR2020, na Operação 1.0.1 – Grupos Operacionais. Da parte da investigação participam neste Grupo Operacional: LNEC, Universidade de Évora, Instituto Politécnico de Setúbal; Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio. Estão envolvidas 3 entidades gestoras de Aproveitamentos Hidroagrícolas: ABORO - Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas; ARBVS - Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia e ABOVIGIA - Associação de Beneficiários da Obra da Vigia – e 3 agricultores: Sociedade Agrícola Bico da Vela II; AGRO-VALE Longo, Lda e Mencoca Agricultura, Lda.
Assista ao vídeo da 2ª sessão de divulgação do AGIR: https://youtu.be/B6ovx0JU9wo
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