Grupo SDF - Agroglobal 2018


O grupo SDF aposta sempre de forma entusiasta na grande feira que é já hoje a Agroglobal. De uma forma bem estruturada apresenta as suas diferentes marcas, produtos e serviços para ir ao encontro das necessidades específicas de cada agricultor profissional. Arnaldo Caeiro conversou connosco e apresentou-nos os principais pilares da presença da SDF em Valada do Ribatejo:

Arnaldo Caeiro,
Director Geral da SDF Portugal
Agroglobal 2018


ENTREVISTA

CM- Quais as novidades que a SDF traz à Agroglobal este ano?

AC: A grande novidade que temos entre os modelos expostos é o trator fruteiro 5 DS TTV de variação contínua da Deutz-Fahr. Essa é a grande novidade em termos de modelos de tratores.

No entanto este ano, à semelhança de outros eventos em que temos participado, associámos de alguma forma as marcas de acordo com a estratégia de cada uma delas. A participação da SDF na feira tem muito a ver com o posicionamento de produto, a disponibilidade e os segmentos onde o grupo pretende atuar. Por isso focámo-nos nos tratores de campo aberto de média e alta potência na Deutz Fahr e também na Lamborghini e tratores especializados na Same. Esta é a nossa aposta estratégica. Quisemos também dar destaque às diferentes potencialidades dos tratores. Em edições anteriores não tínhamos estas diferenças tão marcadas. Este ano optámos por uma situação diferente e criámos 4 áreas de trabalho: Tratores de campo aberto com equipamentos de mobilização de solo; tratores de campo aberto com equipamentos de agricultura de precisão - Agrosky, que é a marca que o grupo comercializa; uma área de movimentação de cargas - com um trator a trabalhar com carregador frontal nas suas várias vertentes; e a área dos tratores especializados. E assim acabamos por orientar melhor o cliente. Para dar um exemplo concreto, podemos dizer: Quer experimentar um trator? Temos aqui 4 áreas de trabalho, qual é que o senhor quer experimentar? E de acordo com o objetivo do cliente orientá-lo para as diversas áreas. Isto porque cada vez mais é importante não só junto dos concessionários como junto dos próprios clientes, começar a encaminhar as marcas para aquilo em que realmente são fortes e diferenciadoras, ou porque temos os modelos, ou porque temos os modelos e os equipamentos, ou seja, tudo de uma forma mais criteriosa.

CM - Falou na agricultura de precisão. Estão a dar um grande enfoque nessa área. O que é que me consegue dizer a propósito da aplicação em Portugal, da utilização entre os agricultores nacionais?

AC: A agricultura de precisão é um serviço que embora tenha já alguns anos no mercado, em Portugal, pelas condicionantes específicas da nossa agricultura, como são a dimensão da propriedade, ou o tipo de culturas predominante, diria que está praticamente no início da caminhada. Vou dar-lhe um exemplo, era muito frequente os agricultores dizerem que queriam um trator com GPS. Como sabe, os sistemas de agricultura de precisão existem com vários níveis de precisão, e esses níveis adaptam-se a operações culturais. Nós temos no mercado 3 níveis de precisão: 30 cm, 10 cm e 2 cm, e naturalmente cada um deles aplica-se a operações culturais específicas. Ou seja, o próprio cliente não estava muito desperto para as diferenças entre os equipamentos e os sistemas, e depois em termos de custo há diferenças significativas, e nós com base nisso, começámos por um lado a deixar de usar aquela designação genérica de GPS e a começar a usar a marca que o grupo tem, que é a marca Agrosky, e tentar de alguma forma criar notoriedade, criar um conceito de marca. Ou seja: agricultura de precisão no grupo SDF é Agrosky. E para isso criámos uma área de trabalho com tratores equipados com um sistema de guiamento visual e um outro sistema de auto-guiamento com precisão de 2cm. Esses equipamentos podem ser demonstrados e os clientes podem ver in loco as potencialidades do sistema. No fundo o que a agricultura de precisão acrescenta à condução do trator é rapidez de trabalho e no final da operação uma redução significativa de custos. Quando começamos a analisar essa economia de fatores de produção é que os agricultores começam realmente a sentir a importância destas ferramentas.

CM - É possível demonstrar isso junto do público. Estão a fazer demonstrações aqui na feira? Há algum tipo de evento que estejam a fazer junto dos concessionários que podem ter esse potencial?

AC: O Grupo SDF comercializa equipamentos de agricultura de precisão há vários anos, no entanto a Agroglobal marca o início de uma nova abordagem aos equipamentos de agricultura de precisão. Criámos algum material de merchandising referente ao Agrosky e a partir de agora vamos começar a trabalhar a operação junto dos concessionários, através da formação das suas equipas comerciais e também incluindo o sistema de agricultura de precisão no pack de serviços ou no pack de equipamentos que é fornecido juntamente com o trator. Trator com cabine/sem cabine, com inversão hidráulica/inversão mecânica e com/sem agricultura de precisão Agrosky. Queremos sair da designação genérica de GPS e dizer: "Agrosky." e o cliente pergunta: "O que é o Agrosky?", "É o nosso sistema de agricultura de precisão". As pessoas ainda associam normalmente a questão da agricultura de precisão a um custo muito elevado. Mas por exemplo, o sistema de guiamento visual, que tem uma precisão de 30 cm é um sistema que funciona com sinal aberto, ou seja não tem subscrição para ter o sinal de satélite, e é um sistema muito económico. Custa pouco mais de 2000 €. No caso das explorações portuguesas eu diria que isso cobre se calhar 60% ou 70% das operações culturais. A mobilização de solo com uma alfaia, com uma grade, por exemplo, pulverização, trabalhos de sementeira, funciona perfeitamente. Quando entramos nas hortícolas, então aí já faz sentido o sistema com precisão de 2 cm. Este é aquele know how que é preciso passar primeiro do grupo para a rede de concessionários e depois a rede de concessionários trabalhar isso junto do cliente. Não se justifica, do ponto de vista do investimento, a oferta de um sistema com precisão de 30 cm a quem faz hortícolas, como também não se justifica oferecer um sistema com autoguiamento e precisão de 2 cm (que ronda os 13 000€) a alguém que a única coisa que faz são cereais em campo aberto.

CM - E essa formação junto dos concessionários já está a ser trabalhada

AC: Temos falado já de uma forma genérica e enquadrado noutros módulos de formação, mas vamos começar já essa parte concreta da formação. Numa primeira fase iremos explicar à nossa rede de concessionários o que é o sistema de agricultura de precisão, as potencialidades e os equipamentos disponíveis.

CM - Quanto ao trator CVT, nos equipamentos especializados, acredita que é um produto com bom potencial no nosso mercado?

AC: É um produto que está a ter muito boa aceitação no mercado e estamos ainda na fase inicial... pois ainda não começámos a entregar tratores destes. Foi apresentado em maio e as primeiras unidades vão chegar antes do final do ano. Embora tenha tido muito boa aceitação por parte dos clientes é um produto que tem um potencial de mercado relativamente limitado, porque nem todas as explorações e nem todos os agricultores têm a disponibilidade de investir neste equipamento. Mas pensamos que é importante o grupo estar nesse segmento em Portugal, sobretudo na fruticultura. No ano passado, a única marca que até aqui tinha tratores especializados com transmissão de variação contínua, vendeu uma dezena de unidades. Nós ao aparecermos no mercado como 2ª marca no mercado podemos acrescentar mais uma dezena de unidades. Mas é sobretudo uma questão, não só de imagem, mas de capacidade tecnológica. O grupo, como sabe, esteve sempre na vanguarda tecnológica. Recordo-lhe aqui que o 1º trator a diesel no mercado foi um Same, o 1º trator com transmissão às 4 rodas no mercado foi também um Same, ou seja, há na matriz do grupo sempre uma questão de desenvolvimento tecnológico. Neste caso concreto, o grupo está mais uma vez à frente. E em nossa opinião este é um passo muito importante para fidelizar clientes.

CM - Como está a evoluir a quota de mercado da SDF durante este ano em Portugal?

AC: A quota de mercado está dentro daquilo que estava no ano passado. No somatório das 4 marcas do grupo continuamos a ser o líder de mercado. É um ano em que, por estarmos em termos de vendas e da quota de mercado, em velocidade de cruzeiro, nos vai permitir focar-nos em aspectos mais específicos. A questão da agricultura de precisão, os tratores de variação contínua, podemos trabalhar dois segmentos de mercado à parte. Quanto ao resto as coisas estão bastante estáveis.

Novo trator especializado Deutz-Fahr 5DS TTV

Dotados de modernos e eficientes motores FARMotion de 3 ou 4 cilindros, caraterizados por prestações e consumos específicos do máximo nível da categoria (a versão mais potente proporciona até 113 CV a apenas 2200 rpm), os modelos CVT distinguem-se pela nova transmissão com variação contínua (um produto produzido pela SDF, expressamente projetado para os tratores especializados), assim como pelas cabines, ainda mais cómodas, onde se destaca a presença do inovador apoio de braço MaxCom, uma consola de controlo que representa atualmente o máximo aplicado aos tratores especializados em termos de ergonomia e conforto.

Com o MaxCom, é possível configurar de forma independente as funções hidráulicas geridas com os joysticks, para controlar de modo simples, cómodo e intuitivo inclusivamente os equipamentos mais complexos. Uma solução única, integrada com o assento do operador, com todas as funções ao alcance da mão e que, graças à regulação em comprimento, permite trabalhar sempre sentado no assento de condução com o cotovelo apoiado numa cómoda almofada. Além disso, umas cómodas teclas, distribuídas em linha, permitem controlar distribuidores adicionais e os elevadores traseiro e dianteiro. Todos os comandos foram estudados para alcançar o mais elevado nível ergonómico.

A nova transmissão de variação contínua dos Deutz-Fahr 5 DS TTV garante a elevada eficiência típica da transmissão manual, combinada com o conforto e a fluidez da hidrostática, para poder variar de forma contínua a velocidade de avanço de 0 a 40 km/h, que se alcançam a um regime reduzido do motor, em benefício de um consumo reduzido de gasóleo.

Para conduzir o trator, já não faz falta usar a embraiagem, a caixa, o acelerador ou os travões; em muitas operações, basta configurar a velocidade desejada e usar o acelerador para alcançá-la. O motor e a transmissão sincronizam-se depois automaticamente para encontrar o ponto de máxima eficiência em função das cargas. Como alternativa, pode usar-se a função de velocidade de cruzeiro ("cruise control”): basta pressionar um botão para memorizar e ativar uma velocidade de trabalho.

Mediante um potenciómetro dedicado, o condutor pode selecionar numerosos modos de gestão do motor, entre os quais se incluem o “Eco” (que reduz ao mínimo o consumo de gasóleo) e o “Power” (que maximiza o desempenho). A nova transmissão CVT conta também com a TDF sincronizada com a velocidade de avanço.

Um grande passo em frente para o conforto do operador, garantido em maior medida graças à presença dos novos “Hydro Silent-Blocks”: 4 suspensões especiais com fluido hidráulico integrado, que isolam a cabine do corpo do trator e que permitem um nível de conforto excecional, reduzindo o ruído e as vibrações no habitáculo.

O já generoso equipamento de série dos Deutz-Fahr 5 DS TTV pode completar-se ainda mais com as clássicas suspensões dianteiras de eixo oscilante, ou com a nova versão de rodas independentes e controlo ativo “Active Drive”.

Em todas as versões, o bloqueio completo dos diferenciais traseiro e dianteiro de controlo eletrohidráulico garante em qualquer situação a melhor tração possível.

Também o sistema hidráulico oferece diversas opções, para se adaptar a qualquer condição operacional. As diversas possibilidades de configuração são geridas com uma bomba principal “Load Sensing” de 100 l/min exclusiva para os elevadores e distribuidores, mas em qualquer caso, está sempre instalada uma bomba adicional de até 42 l/min para a direção assistida, que permite uma viragem progressiva e modulável inclusivamente com o motor no ralentí, independentemente das outras necessidades hidráulicas.

É possível ter até 5 distribuidores de controlo eletrohidráulico (10 vias) na parte traseira e 8 vias na parte dianteira, onde é possível acrescentar 2 distribuidores adicionais de caudal elevado (um de duplo efeito e um de simples efeito), duplicados por outras tantas vias traseiras e dois retornos livres.

Em todos os casos, o controlo eletrónico permite programar a quantidade de fluxo de óleo desejado, temporizar as distintas vias e determinar as eventuais prioridades.

O elevador traseiro é de controlo eletrónico, com uma capacidade máxima de 2600 kg; o dianteiro, opcional, chega a levantar até 1.500 kg.

A TDF tem de série o acoplamento eletrohidráulico modulado e conta com 3 modos de funcionamento distintos (540, 540 ECO e 1000 rpm). Em qualquer caso, estão equipados de série com a função TDF Auto, que permite o seu acoplamento e desacoplamento automáticos em função da posição da alfaia conectada ao engate de 3 pontos.

Todos os componentes auxiliares do motor (radiadores, ventiladores, tubos, filtros, etc.), já na fase de design, foram pensados para reduzir ao mínimo as dimensões, mas ao mesmo tempo para garantir a máxima funcionalidade também na manutenção periódica e extraordinária, como, por exemplo, o filtro de ar PowerCore de dupla etapa, completado por um ejetor de pó, e o novo grupo de radiadores (fluído do motor, óleo e intercooler), muito fácil e rápido de limpar, inclusivamente no campo.

Equipa técnico-comercial do Grupo SDF na Agroglobal 2018