Pinto & Cruz aposta nos grandes equipamentos florestais

21 Out 2013
Pinto & Cruz aposta nos grandes equipamentos florestais

No passado 28 de Setembro, a Pinto & Cruz - Motores & Equipamentos, S.A. deu a conhecer, a cerca de duas centenas de profissionais da floresta, a sua nova aposta nos grandes equipamentos florestais. 

A nova aposta da Pinto & Cruz traduz-se no início da representação da prestigiada marca John Deere Forestry (auto-carregadores, processadoras e arrastadores), da Waratah (cabeças processadoras), da Dutch Dragon (estilhaçadores de grande porte, compressores de biomassa) e da Nokian (principal fabricante de pneus especializados para atividades florestais).

A Pinto & Cruz é um grupo de empresas fundado em 1935 que opera em diversas áreas de atividade - desde elevadores, tubos, equipamento industrial e hoteleiro, ar condicionado, máquinas e equipamentos florestais, de jardinagem e agrícola, motores, e um amplo etc. Este sólido grupo tem sede no Porto e delegações em diversos pontos do país, como Lisboa, Algarve, Açores, Benavente e Bragança, assim como fora de Portugal, em Angola. A dimensão do grupo e a sua presença tão bem distribuída permite antever um futuro risonho nesta nova abordagem ao mercado florestal. 

Os clientes que estiveram presentes no evento puderam conhecer de primeira mão as facilidades que a empresa garante, através das adequadas instalações de que dispõe, do excelente serviço de pós-venda que disponibiliza e do adequado aconselhamento comercial que promove. Durante a apresentação os convidados puderam ainda praticar a sua perícia com o fantástico simulador John Deere. Deu para perceber que há muitos jovens na calha para serem bons operadores florestais. Por fim, todos os presentes puderam conviver durante um almoço que facilitou o melhor conhecimento e interação entre estes profissionais da floresta. 

A John Deere tem elevadas expetativas para esta nova etapa
O responsável de vendas da John Deere Forestry na Europa, Jari Mennala, tem grandes expetativas acerca da colaboração com o novo importador Pinto & Cruz, afirmando “A Pinto & Cruz é uma conceituada empresa em Portugal, com uma enorme experiência e focada num excepcional serviço pós-venda, o que vai de encontro à filosofia de trabalho da John Deere”.A John Deere ouve muito atentamente os seus clientes e cria soluções para as necessidades específicas de cada um. Assim todas as máquinas florestais John Deere são costumizáveis em numerosos aspectos (chassis, elementos operacionais, extras, etc.). Por exemplo, muito recentemente, na última edição da Elmia Wood, a John Deere introduziu cabinas fixas na série E algo que se irá adaptar bem às necessidades dos clientes portugueses.

Comércio Máquinas entrevista Hugo Fernandes
O portal Comércio Máquinas teve a oportunidade de entrevistar Hugo Fernandes, Administrador Executivo da Pinto & Cruz – Motores & Equipamentos, S.A.

CM: A Pinto & Cruz trabalha há bastante tempo com as marcas Jonsered e LOGLIFT na área florestal. Qual a razão para apostarem agora nos grandes equipamentos florestais como a John Deere Forestry e os pneus Nokian?
HF: Sempre acreditamos na sustentabilidade do sector primário, em especial na Silvicultura. Com a quebra generalizada dos outros sectores de atividade, achamos ser este o momento certo para dinamizar o nosso departamento florestal. Para tal, precisávamos de máquinas e equipamentos que cobrissem todas as necessidades do mercado, aliados a uma marca de prestígio. A JOHN DEERE veio colmatar essa lacuna. É sem dúvida a marca líder de mercado e aquela que mais confiança nos dá, pois oferece aquilo que procuramos nas marcas que representamos: longevidade, prestigio, focus no cliente, investimento em investigação e desenvolvimento e bom suporte técnico. Com a JOHN DEERE vieram as restantes marcas: as cabeças processadoras WARATAH, as estilhaçadoras DUTCH DRAGON e os pneus NOKIAN, sendo esta última sem duvida a marca de referência dos pneus florestais.

CM: E da parte das marcas, quais considera que foram as razões para apostarem na vossa empresa?
HF: Com a crise, as empresas que trabalham numa só área de negócio, podem ficar numa posição fragilizada. Com isso, as representadas perdem competitividade local. A P&C está ligada a diversas áreas de atividade e como tal, está menos vulnerável às oscilações do mercado, sendo que, ao fim de quase 80 anos de existência mantém o mesmo perfil empreendedor da sua génese. Penso que foram estes os aspectos fundamentais de avaliação, aliado ao bom projeto por nós apresentado.

CM: Como se compõe a estrutura da Pinto & Cruz para a área florestal? Quer em recursos humanos, quer em instalações?
HF: A JOHN DEERE foi entregue à P&C-Motores e Equipamentos, S.A. Esta empresa conta com 45 colaboradores divididos entre Porto e Benavente, locais onde temos as oficinas mecânicas, armazéns de peças e distribuição, departamento técnico e comercial. Com esta nova divisão, acrescentamos recursos humanos experientes e já enlaçados com a marca aos diversos departamentos já existentes.

CM: Quais as mais-valias da Pinto & Cruz para chegarem rapidamente e de uma forma adequada aos clientes deste tipo de equipamentos?
HF: Sem dúvida a nossa experiência no bem-fazer, na acção comercial já colocada em prática, contando com os recursos humanos experientes nesta área de negócio. O objectivo é transferirmos toda a experiência adquirida noutras áreas de negócios para esta nova divisão florestal.

CM: Existirão revendedores ou toda a comercialização será feita a partir das vossas filiais espalhadas pelo país?
HF: Ao contrário da política estabelecida com as motosserras e restantes equipamentos de jardinagem, cuja comercialização é feita a partir de agentes, os equipamentos pesados seguirão outra estratégia, a venda direta ao utilizador final. Dada a natureza e valor destes equipamentos, queremos acompanhar de perto os clientes e estarmos seguros da sua satisfação.

CM: Quais os desafios que a empresa enfrenta neste segmento de mercado?
HF: O maior desafio é sem dúvida mudar um parque de máquinas que se encontra obsoleto. Dada a dificuldade de financiamento por parte dos madeireiros e empreiteiros florestais, o nosso mercado é invadido anualmente por dezenas de máquinas usadas, vindas essencialmente dos países nórdicos. Uma boa parte dessas máquinas, vêm já com muitas horas de uso, no que se traduz em pouca eficiência no terreno. Todos saímos a perder.

CM: Na sua opinião, considera que a economia portuguesa, está a retirar o máximo rendimento da nossa floresta? Que mais há a fazer?
HF: Acabando de assistir ao flagelo nacional dos incêndios, a resposta terá obviamente de ser negativa. Penso que a fileira florestal está aquém das suas capacidades, quer em qualidade, quer em quantidade. É uma atividade que ao longo das décadas tem vindo a descapitalizar-se, pois, há desordenamento florestal, fraca produtividade, incêndios, legislação desadequada, falta de investimento em infra-estruturas, falta de aproveitamento dos terrenos baldios e abandonados, entre outros factores. Existem condições para o seu desenvolvimento, mas será necessário investimento a longo prazo. Contudo, queremo-nos concentrar naquele que poderá ser o contributo da P&C, introdução de melhores soluções de corte e rechega de madeira, assim como, dar apoio na formação de operadores de máquinas florestais. Concretamente, apoiando a industria dando formação em simulador de máquinas. 

CM: Considera que o nível de mecanização florestal em Portugal é o adequado?
HF: O nível de mecanização é adequado, o estado da mesma é que é baixo. Em Portugal utiliza-se o método Nórdico, ou seja, abate e descasque com harvester e rechega com forwarder. Há quem defenda que o método Americano, que se baseia no corte massivo com feller-buncher e rechega com skidder e descasque à posterior, seja mais produtivo. Qualquer que seja a tendência no futuro, julgo que o mais importante é possuirmos uma frota moderna e dotada da mais recente tecnologia, capaz de monitorizar as máquinas e o trabalho executado on time, a par do que acontece em muitos outros países, que revelam dados muito mais eficientes que os nossos. A JOHN DEERE tem soluções para todas as aplicações.