NOTICÍA

Entrevista ao administrador da Motivo, importador da JCB para Portugal

03 Jun 2019

Aproveitando que a Motivo faz este ano 50 anos de atividade, decidimos entrevistar o seu administrador, Dr. José Gameiro, para que nos contasse um pouco da evolução da empresa ao longo deste período e qual a sua situação atual.


CM - A Motivo faz, em 2019, 50 anos de atividade. Que resumo sucinto consegue fazer destas cinco décadas?

JG - Resumir 50 Anos em 5 linhas é relativamente fácil quando se fala da Motivo. 

Na primeira década totalmente dedicada à Movimentação de Cargas, representando gigantes como a  Linde e a Jungheinrich, a Motivo ganha o respeito do mercado.

Na segunda década, já como acionista da empresa, processa-se a grande modificação em que se deixa a Movimentação de Cargas em detrimento da Movimentação de Terras.

Na terceira década, dá-se a consolidação da JCB em Portugal tendo-nos tornado líderes do mercado em retroescavadoras desde então até hoje!

Na quarta década, atingimos o apogeu quer em numero de máquinas vendidas quer de volumes de facturação. Pode-se destacar o ano de 2007 no qual se vendeu mais de 1.000 máquinas e facturou mais de 60 milhões.

Nesta última década vivemos metade dela na maior crise de sempre, mas a partir de 2017 voltámos a ligar “os motores”. Desde 2018 que somos a marca que mais máquinas de obras públicas vende em Portugal.

 

CM - No âmbito do trabalho da Motivo, existem 3 áreas fundamentais. A construção, a floresta e a agricultura? Qual a importância relativa de cada uma destas áreas no vosso negócio?

JG - A Construção é, e será sempre, o pilar fundamental.

Relativamente à Floresta, iniciámos um trabalho de apresentação de máquinas para este sector que começa a dar os seus frutos, pese embora com valor ainda residual.

A Agricultura é um dos sectores que mais estamos a privilegiar. Estaremos nesse sentido presente na FNA de Santarém, onde apresentaremos dois Fastrac, dois protótipos de empilhadores telescópicos e duas pás carregadoras.

Ambicionamos que, este ano, mais de 20% da nossa faturação seja para o sector Agrícola.

 

CM - Relacionado com a questão anterior, que produtos têm maior destaque para cada uma destas aplicações?

JG - Naturalmente na área da Construção é sem dúvida a Retroescavadora, mas a segunda grande aposta são as Escavadoras Hidráulicas.

Na área da Floresta são também as Escavadoras Hidráulicas com cabeças processadoras acopladas.

Na área da Agricultura, destacam-se os grandes tratores Fastrac e os Empilhadores Telescópicos.

 

CM - Qual acredita que venha a ser a evolução destes mercados nos próximos anos?

JG - Naturalmente que o peso da Construção no mercado em geral tem tendência para reduzir, o sector Agrícola, por sua vez, terá tendência de crescimento e estamos expectantes de que o sector Florestal possa atingir os 10% da nossa faturação o que significa que acreditamos no seu natural crescimento face aos anos anteriores.

 

CM - Além da JCB, que outras representadas tem a Motivo?

JG - Quando se tem a JCB não se precisa de outras representadas, em boa verdade somos a JCB em Portugal!

Representamos com grande orgulho o maior fabricante de retroescavadoras mundial e também o maior fabricante mundial de empilhadores telescópicos.

 

CM - Qual a rede de concessionários atual da JCB? Que regiões são trabalhadas diretamente pela Motivo?

JG - As regiões trabalhadas pelos nossos agentes, são o distrito de Braga, Bragança, Guarda e Castelo Branco, no que a máquinas Industriais diz respeito, aos que acresce os agentes Agrícolas que trabalham as zonas de Coimbra, Ribatejo e Beja.

Todas as restantes áreas nacionais que não são acompanhadas pelos nossos agentes são naturalmente cobertas diretamente pela MOTIVO.

 

CM - O sector da maquinaria em geral obriga a um grande trabalho de assistência após-venda. Como cobrem estas necessidades de dar uma resposta rápida e eficaz ao cliente?

JG - Efetivamente, é preciso um grande trabalho de Assistência Após Venda para que se seja reconhecido com distinção.

Estamos num momento em que são necessários jovens mecânicos para trabalharem com as novas tecnologias, mas que não têm nem aptidão nem disposição para fazer a Assistência “à antiga”.

Por outro lado, temos os mecânicos tradicionais que se foram desatualizando em termos técnicos nos últimos 10 anos, quer porque emigraram quer porque nenhum importador deu formação técnica suficiente, mas que ainda hoje são vitais para uma grande maioria de serviços.

A Motivo acautelou o futuro no auge da crise. Contratou estagiários, que depois de formados, ingressaram nos quadros e que por sua vez ensinaram novos estagiários, o que nos permite hoje ter um grupo de técnicos com conhecimentos de alta tecnologia a par dos mecânicos que preservámos durante a crise e que trabalham de forma eficiente em equipa nos diferentes tipos de Assistência.


CM - É possível saber qual o número de máquinas vendidas ao longo do ano pela Motivo? E qual o volume de negócios?

JG - Este ano venderemos uma maquina todos os dias!

Os primeiros 5 meses assim o estão a fazer prever.

A título de curiosidade, posso acrescentar que desde 1982, vendemos mais de 15.000 máquinas JCB. Somos o distribuidor JCB que mais máquinas vendeu em todo o mundo.

Relativamente ao Volume de Negócios iremos crescer mais 50% comparativamente ao ano de 2018 pelo que estimamos ultrapassar os 25 milhões em 2019.