MASCHIO GASPARDO - FNA 2018

O diretor-geral da Maschio Gaspardo para Portugal e Espanha, Nicola Franco, recebeu-nos no stand da marca italiana na FNA 2018 em Santarém. Numa conversa animada e aberta deu-nos a conhecer a forma de trabalhar e de produzir da Maschio Gaspardo com vista a uma perfeita adaptação às necessidades dos agricultores nacionais.

Todos os anos a Maschio Gaspardo apresenta um grande número de novidades e inovações a nível internacional. Da nossa parte já publicámos uma extensa reportagem dos produtos mais recentes da marca após a última edição da FIMA em fevereiro deste ano (Veja Aqui). Agora, conversando com Nicola Franco foi possível conhecer a visão da marca, e a importância que o mercado português tem para a Maschio Gaspardo. Tudo dentro de uma filosofia que coloca o cliente no centro do seu mundo.

Nicola Franco
Diretor-geral da Maschio Gaspardo para Portugal e Espanha
FNA 2018


ENTREVISTA

CM: Como tem evoluído a gama de produtos Maschio Gaspardo?

NF: A gama de produtos continua a crescer numa lógica de fornecer uma carteira de produtos à rede de vendas de possa satisfazer todas as suas necessidades, de forma a que os concessionários vejam na Maschio Gaspardo um fornecedor global. Internamente a Lean Production que se iniciou em 2015, está a ganhar máxima forma em diferentes unidades de produção e isso é identificado pelo cliente final como mais-valia, pois o processo de controlo de qualidade é muito mais apertado do que era no passado.

Os novos produtos de 2018 concentram-se nas seguintes áreas: Gama de forragem que se completa com a gama de enfardadeiras redondas e de gadanheiras. Gama de preparação de solo, que se completou na FIMA com a gama de preparadoras de camalhões, combinando fresadoras e camalhoadoras, para trabalhos hortícolas. Na área de sementeira monogrão, onde nos lançámos definitivamente na sementeira eletrónica, e alcançámos um grande avanço na sementeira de alta densidade, ganhando na FIMA um prémio de novidade técnica destacada com o corpo de sementeira Chrono. Na sementeira direta de cereais, lançou-se a Gigant Pressure, um semeador de sementeira direta com tremonha pressurizada e fez-se extensiva a toda a gama a tecnologia ISOBUS. Nas charruas entraremos em teste em Portugal com uma charrua mais ligeira para tratores de até 100 cv. Nos subsoladores, depois de um teste também feito em Portugal, desenvolveu-se a gama articulada.
O plano de produção que é feito com uma antecipação de 3 anos, propõe que existam 10 novos produtos no mercado numa base anual.

CM: Pelo que vimos, existe sempre a sensibilidade de testar os produtos em território português?

NF: Apesar de sermos uma empresa com uma visão global, com aposta em mercados da América Latina, EUA, Ásia ou África, por dar alguns exemplos, mantemos a caraterística local de que em cada região/terreno existe uma alfaia que tem que ser testada. Isso, com muito orgulho, foi tido em conta aqui em Portugal, onde, por exemplo, a charrua terminou de ser perfilada tecnicamente na zona do Alentejo, com um terreno muito duro no verão, e no caso do subsolador fez-se o mesmo na zona de Santarém. Isso, para nós, como responsáveis da área comercial, é algo muito importante para nos identificarmos com o agricultor local. Conseguimos transmitir à fábrica que existem países muito fortes em termos de mercado mas com terreno muito “fácil”, aqui em Portugal e em Espanha temos condições muito mais difíceis no terreno, isso foi entendido pela fábrica produzindo equipamentos muito mais robustos e bem adaptados a este tipo de terreno.

CM: E a nível da estrutura Maschio Gaspardo para Portugal, existirão novidades?

NF: A nível nacional seguramente o mais importante é que desde Maio podemos contar com um novo colaborador no serviço pós-venda que atua a partir de Sevilha, algo que será muito notado pelo cliente final na colocação em marcha das novas máquinas.

CM: Como tem evoluído a faturação da Maschio Gaspardo a nível global?

NF: No ano 2017 a Maschio Gaspardo fez um dos seus recordes de faturação com 330 milhões de euros alcançados. Este ano pretendemos bater novamente este resultado. Este crescimento acontece não só pelo aumento da gama de produto mas sobretudo pelo fortalecimento do serviço pós-venda. Quer pelo aumento de técnicos formados no conhecimento do produto e que conseguem transmitir esses conhecimentos e essa necessidade à rede de vendas, quer pela criação da Maschio Academy, a universidade da Maschio para a formação interna e externa do seu pessoal, e a nível do serviço de pós-venda e de peças de substituição através da criação de um armazém único em Pádua e não um em cada fábrica, e alcançando uma melhoria logística para a entrega rápida de material urgente. Isto deveu-se a um grande investimento financeiro. Em termos de produção a Maschio Gaspardo possui fábricas em Itália, na Roménia, na China e na India.

CM: Uma das maiores condicionantes atuais do mercado é o financiamento, não só do agricultor, mas sobretudo do concessionário. O que têm feito para ultrapassar este desafio?

NF: Na Maschio Gaspardo temos a possibilidade de financiamento ao concessionário para o seu stock de equipamentos. Este financiamento ainda não é possível em Portugal mas acreditamos que venha a sê-lo brevemente. Isso suporá uma importante vantagem uma vez que o concessionário tem que lidar diariamente com a dificuldade de previsão de compra por parte do agricultor, que normalmente não dá uma resposta para a aquisição em tempo útil. Esse desafio só terá uma resposta adequada se o concessionário tiver algum stock ajustado às necessidades e isso muitas vezes só é possível com este financiamento à rede de vendas. Achamos que uma solução financeira junto do concessionário poderá ajudar a fazer umas ótimas pré-campanhas em Portugal. Quando fizemos a mudança para Lean Production, levámos os nossos concessionários à fábrica para que a rede de vendas percebesse o que estava em jogo. Os concessionários têm também uma obrigação de se modernizarem e parte do nosso trabalho está orientado para encontrar uma solução que lhes permita vender mais e melhor.

CM: A Maschio Gaspardo tem sempre uma presença muito forte na FNA em Santarém. A que se deve tal aposta?

NF: Somos uma empresa muito próxima do agricultor nacional! Não vendemos diretamente mas precisamos de saber quais são as necessidades exatas do agricultor português. Temos uma reputação muito interessante e somos muito bem tratados em Portugal. Assim, este ano não só temos a já tradicional e forte presença em Santarém como também estaremos muito bem representados na AgroGlobal em Setembro, na Valada do Ribatejo. Desde já convidamos todos os agricultores a fazerem uma visita guiada ao nosso stand de 5 a 7 de Setembro.

Equipa Maschio Gaspardo presente na FNA 2018